Salvo aqueles leitores que conhecem a fundo a vida e obra de PROUST, poucos sabem que antes de “Em Busca do Tempo Perdido”, o genial romancista francês escrevera “Jean Santeuil”, sua primeira obra, e  que dela retirara parte do material e ideias depois aproveitadas em sua grande obra.

“Jean Santeuil” foi escrita a partir de 1895 e não foi concluída por PROUST.

Vejam esta passagem de “Em Busca do Tempo Perdido”, que está no segundo volume, “À Sombra das Raparigas em Flor”, em que o autor está em Balbec, veraneando,  acompanhado de Saint-Loup e em um restaurante percebem a presença de um pintor, Elstir, que depois viria a se tornar célebre. Haviam, o autor e Saint-Loup, enviado por meio de um garçom uma carta a Elstir e ansiavam pela resposta:

Mas demorados numa idade em que o entusiasmo não pode permanecer silencioso, e encerrados numa vida em que o incógnito parece sufocante, escrevemos uma carta assinada com os nossos nomes, em que revelámos a Elstir nos dois convivas sentados e alguns passos deles, dois amadores apaixonados de seu talento, dois amigos de seu amigo Swan e em que lhe pedíamos para lhe apresentar as nossas homenagens. Um garçom encarregou-se de levar essa missiva ao homem célebre”. 

O mesmo enredo encontra-se em “JEAN SANTEUIL”, em que o autor e seu amigo, em um hotel, deparam-se com a presença de um ilustre escritor e a ele escrevem uma carta de apresentação, que também é correspondida.

Tudo para dizer que, para compreender “Em Busca do Tempo Perdido”, é necessário ler   “Jean Santeuil”.

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