Durante a pandemia, temos constatado o frenético interesse dos políticos em proteger o sistema único de saúde pública (o “SUS”), a ponto de podermos imaginar que o nosso Congresso Nacional, governadores e prefeitos tetão tido a saúde pública sempre como seu foco maior de atenção.
Mas se olharmos os dados do IBGE teremos um outro quadro, e mais real. Com efeito, enquanto a população brasileira, entre 2012 e 2019, cresceu em 8,4%, o número de leitos do sistema único de saúde caiu 12,8%.
O nosso sistema único de saúde estava e está sucateado; médicos e enfermeiros recebem remuneração mensal irrisória, enquanto estão submetidos a estafantes jornadas de trabalho; os equipamentos de saúde não são dotados de insumos em número suficiente; cidades existem em que não há um posto de saúde que funcione. A pandemia apenas tratou de nos revelar essa realidade, antes conhecida de mais perto apenas pelos profissionais de saúde.
Uma coisa positiva, a única, a pandemia nos trouxe: não há, nem haverá pelos próximos anos político brasileiro que proponha acabar com o sistema único de saúde, ou reduzir seu orçamento.