O governo Bolsonaro tem verdadeira ojeriza ao termo “socialismo”. Basta, pois, que ouça ou lobrigue alguém que tenha alguma ideia que o Socialismo pode ter adotado, e nosso presidente trata logo de advertir que os militares estão prontos para agir e decidir sobre nosso futuro, tanto quanto ocorreu em 1964.

Há certa semelhança com o que vivenciara EÇA DE QUEIROZ em 1871, quando o autor de “O Crime do Padre Amaro” havia se candidato para o posto de cônsul de Portugal, quando críticos disseram que EÇA era um “jacobino”, ou seja,  um socialista, ou com ideias socialistas. EÇA respondeu em suas famosas “Farpas” (escritas em parceria com RAMALHO ORTIGÃO), negando fosse jacobino, mas se declarando discípulo de PROUDHON:

Lamento que o governo não saiba talvez o que é ser jacobino, porque achava nesta palavra a justa explicação da minha abstenção. Mas que o governo leia a monografia do Jacobinismo por Proudhon, se o aguilhoa a curiosidade: eu não lho explico porque seria necessário falar-lhe em socialismo, comunalismo, provincialismo, federalismo, o que lhe faria uma confusão tenebrosa e o levaria talvez, enganado por falsas aparências, a nomear-me lente de Hebraico”.

Tenha cuidado, pois, aquele que afirme que a vacina deve ser aplicada a todos os brasileiros, porque o governo o pode tomar como um socialista. E pior será para aquele que sustenta que a melhor vacina é que deve ser colocada à disposição, porque o governo BOLSONARO não terá dúvida em afirmar que se trata de um “marxista” quem sustente essa ideia.

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