Entre os críticos, afirma-se com certa frequência que a maturidade na carreira de escritor de MACHADO DE ASSIS começa com a obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Seriam, portanto, dois MACHADOS: um “MACHADINHO”, que no plano dos romances, inicia com “Ressureição”, de 1872, e termina com “Iaiá Garcia”, que é de 1878. Três anos depois, MACHADO escreveria “Memórias Póstumas de Brás Cubas”.

Um dos maiores especialistas de MACHADO, o gaúcho, AUGUSTO MEYER, produziu um importante ensaio em que analisa as modificações pelas quais passou MACHADO, dando como título a esse ensaio “De Machadinho a Brás Cubas”. Esse ensaio integra uma edição comemorativa ao cinquentenário de morte de MACHADO, em 1958, é de indispensável leitura a quem queira conhecer com maior profundidade o que se modificou na escrita de MACHADO.

Diz MEYER, introduzindo esse ensaio:

Só quando desceu ao fundo de si mesmo, para desenganar-se, Machado conseguiu criar obra digna do seu gênio, ou se preferem, do seu demônio, o daimon que se agitava dentro dele, sem que o soubesse, ainda em estado fetal ou dormitivo, mas a contar de certo momento, já bicando a casca do ovo para sair cá fora, à luz do dia, que o sol nasce para todos …”. 

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