ITALO CALVINO escreveu um livro que se tornou famoso, dando-lhe o título “Por que ler os clássicos”. PROUST, se da mesma ideia partisse, poderia dar-lhe o nome “Por que reler os clássicos”.

É sobre isso que PROUST escreve em “À sombra das raparigas em flor”, quando se refere ao momento em que o personagem principal ouve a “Sonata de Vinteuil” na casa dos SWANN. PROUST aproveita o tema para falar do tempo necessário a que uma obra de arte venha a se tornar  clássica, para nesse contexto afirmar que “o que se chama posteridade é a posteridade da obra:

O motivo de que uma obra genial rara vez conquiste a admiração imediata é que o seu autor é extraordinário e poucas pessoas com ele se parecem. Há de ser a sua própria obra que, fecundando os poucos espíritos capazes de compreendê-la, os fará crescer e multiplicar-se”.

É o que explica que qualquer obra de arte, um livro, uma pintura, uma fotografia, um música, somente pode se tornar clássica depois de muito tempo, já quando seu autor não vive.

Isso explica a necessidade de que voltemos sempre a reler os clássicos, porque a nossa memória, fraca por natureza, deve ser constantemente alimentada por impressões que resultam das várias leituras, das nossas e dos outros …

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