O imortal, JOSUE MONTELLO, em seu famoso romance, “Os Tambores de São Luiz”, mesclou ficção e realidade jurídica, ao se utilizar do episódio que envolveu o desembargador maranhense, PONTES VISGUEIRO, que se tornou famoso depois de ter sido retratado em um livro do jurista EVARISTO DE MORAIS (“O caso Pontes Visgueiro – um erro judiciário”), no qual o conhecido criminalista e escritor analisa, sob o prisma jurídico, o rumoroso caso de homicídio ocorrido em São Luiz de Maranhão em 1872, praticado pelo desembargador PONTES VISGUEIRO, que, em estado de loucura, matara uma moça. Um caso de feminicídio, como o chamaríamos hoje.
MONTELLO, em “Os Tambores de São Luiz”, conta a saga de DAMIÃO, um escravo que, liberto, esteve próximo de tornar-se um padre, foi professor de latim e por algum tempo exerceu a função de revisor de jornal, quando teve ocasião de conhecer pessoalmente o desembargador PONTES VISGUEIRO, que fora ao jornal tentar encontrar aquela a quem depois mataria.
Os amantes do Direito Penal certamente se deliciarão com as páginas escritas por EVARISMO DE MORAIS em livro que se tornou clássico, e poderão também se embevecer com a escrita de MONTELLO, hoje injustamente esquecido.