Discutindo acerca da indicação de um novo ministro ao STF, a imprensa em geral tem destacado o que considera o fator de discrímen entre os ministros daquela corte. Assim, teríamos ministros “garantistas” e os “não garantistas”, uma distinção fundada basicamente, no caso do Brasil, àqueles que defendem operações como as da “Lava Jato”, e os que não a defendem tão veementemente assim, ou são contrários a ela.
Trata-se, contudo, de um aspecto de somenos importância no perfil de um ministro de nossa maior corte de justiça.
O que é de relevo considerar é a visão de mundo que o ministro do STF possui, sendo necessário aplicar aí a mesma divisão que a Ciência Política e a Filosofia Política de há muito fixaram, com as evoluções operadas ao longo do tempo. Uma divisão, pois, que compreende as categorias dos conservadores, liberais e de esquerda, muito embora, como assinalado, cada uma dessas categorias apresente na atualidade subespécies, com uma importante variação de conteúdo e mesmo nalguns casos, a fusão de conteúdos.
Devemos classificar, pois, os ministros de uma corte suprema (de qualquer corte suprema) segundo essas categorias e suas subespécies, porque esse é o fator que realmente importa. Tudo o mais é consequência direta dessa visão de mundo, inclusive a posição que o ministro possa ter quanto a uma investigação policial e seus resultados jurídicos.