Mesmo com a pandemia, um tema tomou conta da discussão pública na França. A questão que agita a sociedade francesa é a seguinte: os restos mortais de seus dois grandes poetas, RIMBAUD e VERLAINE, devem ser trasladados ao Panteão?

Grupos literários e políticos favoráveis ao traslado apresentaram uma petição ao Governo Francês,  um pouco antes do início da pandemia, em março deste ano. Imediatamente, houve uma forte reação contrária.

Os poetas RIMBAUD e VERLAINE, como se sabe, tiveram uma intensa relação de amor e por ela sofreram intensamente (VERLAINE ficou preso por mais de quinhentos dias, depois que se revelou a sua homossexualidade) – e um dos motivos que justifica o pedido de traslado ao Panteão diz respeito à diversidade sexual, que está sendo ser utilizada, de algum modo, como símbolo para que os restos mortais desses grandes poetas sejam depositados no Panteão francês.

Àqueles contrários argumentam  que era da  vontade de RIMBAUD e VERLAINE, como sempre enfatizaram,  serem livres, e que essa liberdade não é compatível com um templo político em que essa liberdade não é símbolo, não ao menos no grau defendido pelos poetas.

Caberá ao presidente francês, MACRON, decidir a questão, e ao que se sabe, a decisão sairá em breve.

Qualquer seja a solução dada a esse problema litero-político, a França reassume seu posto de berço da literatura. Só na França, pois, um problema envolvendo poetas pode ocupar a discussão pública.

 

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