Dizia DOSTOIEVSKI: “Nós todos saímos do Capote”, referindo-se à obra de GOGOL, “O Capote”, publicada em 1834.

Uma curta novela com um enredo simples: um obscuro funcionário público deixa a repartição em que trabalhava e à noite, voltando para casa, tem seu capote roubado por ladrões. Para aquele funcionário público, o roubo de que fora vítima assume uma desmedida proporção, aumentada pelo descaso com que é tratado pelas autoridades. Sua fragilidade diante do Poder e da sociedade como cidadão lhe é evidenciada. Desprezado, ele morre. Mas seu espírito ressurge pelas ermas ruas de São Petersburgo, nascendo o mito de que o espírito daquele pobre diabo, como vingança, rouba o capote de quem encontra pela frente.

Com essa pequena novela, GOGOL faz surgir o realismo na literatura russa. Mas um  realismo em que o elemento fantástico também está presente, particularizando esse realismo. DOSTOEVSKI, em “O Duplo”, sua segunda obra, iria empregar essa forma de realismo, até chegar a um outro tipo de realismo, de caráter mais filosófico.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here