Os liberais e os autodenominados neoliberais prezam por serem “liberais”, mas apenas com o dinheiro público. Quando se trata de proteger seu patrimônio, deixam de o ser. É o que comprova a entrevista de SCOTT GALLOWAY, professor de marketing em uma escola de negócios na Universidade de Nova York, publicada no contexto de uma “conversa” entre ele e o apresentador brasileiro, Luciano Huck.

De acordo com GALLOWAY, sob a falsa premissa de que os “jovens pagarão pelo erro que é cortar impostos dos mais riscos”, e que para combater a desigualdade é necessário ter mais milionários, e ainda que “o capitalismo é o melhor sistema que existe”, desde que ele se baseie na “empatia”, o acadêmico norte-americano defende, em verdade, o que todo genuíno liberal defende: que a situação socioeconômico mantenha-se como tal, ou seja, que os ricos mantenham-se como  ricos,  e que os pobres, este que esperem  que o tempo os tornará menos pobres.

Isso explica qual é a verdadeira razão pela qual a elite econômica brasileira se opõe à criação do imposto sobre as grandes fortunas. Não se trata, com efeito, do aumento na carga tributária,  mas sim o de que por meio desse imposto se poderá tornar público aquilo que desde o governo Lula (sim, governo Lula) busca-se proteger como um “segredo de estado”, que é o número dos contribuintes que declaram imposto de renda, a partir do que se poderá conhecer, com precisão, em mãos de quem a renda está concentrada. Vale lembrar que o economista THOMAS PIKETTY havia solicitado do governo brasileiro os números que compõem a base de dados da Receita Federal, para que os pudesse utilizar na tese econômica que construiu e que desenvolve, mas lhe foram recusados esses dados.

Tornar públicos os dados da tributação sobre a renda no Brasil, esse é o grande pesadelo dos liberais e neoliberais.

 

 

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