Reproduzimos aqui um pequeno trecho do início do livro “Capitalismo sem rivais”, em que BRANKO MILANOVIC refere-se ao lucro e ao papel que o Direito, como superestrutura, exerce no capitalismo:

“(…) O fato de (para usar a terminoliga marxista) a infraestrutura (a base econômica) e a superestrutura (as instituições políticas e jurídicas) estarem tão alinhadas no mundo atual não só ajuda o capitalismo a manter seu domínio como também torna mais compatíveis os objetivos das pessaos e mais clara e fácil a sua comuniação, já que todos sabem o que o outro lado almeja. Vivemos em um mundo em que todos segugem as mesmas regras e entendem a mesma linguagem, a do lucro”. 

Em um sistema como o do capitalismo, em que a importância absoluta ao lucro não permite a harmonização com qualquer outro valor jurídico, há sentido efetivo em uma Constituição como a nossa de 1988 falar em “dignidade humana”, “valores sociais do trabalho”, “construir uma sociedade livre, justa e solidária” (artigos 1o. e 3o-CF/1988), ou se tratará de uma formula legal meramente retórica e cuja única finalidade é iludir os trabalhadores?

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