Para ser juiz é preciso fazer previamente a heroica renúncia a entender o caso que se apresenta a juízo em sua inesgotável realidade de seu conteúdo humano. A justiça mecaniza, falsifica o juízo para tornar possível a sentença. Não é, pois, estranho que do imenso volume da história universal se pode extrair tão poucos nomes de juízes inteligentes. Ainda que pessoalmente o tenham sido, seu ofício lhes obrigou a amputar sua própria perspicácia. Este é o triste heroísmo do juiz, sem o qual a convivência humana não resultaria possível. (…)”. (ORTEGA & GASSET, Obras Completas, p. VI.)

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